Uma visita do Olimpo [Campinas]

Muitas vezes fazer o bem é mais fácil do que pensamos. Tereza conta uma iniciativa muito simples que teve com algumas amigas que participam das aulas sobre a doutrina católica que dá na sua casa: visitar a doentes de longa duração com o cachorro da família.

Sou Tereza, supernumerária, tenho 2 filhos adultos e moro em Campinas. Estudei economia e trabalhei muito tempo na Caixa Econômica. Quando meus filhos ainda eram pequenos fiz a opção de ficar com eles, pois a profissão de meu marido, ortopedista, exigia muito do seu tempo e com isso precisava do meu auxílio.

Uma tia de Valdo, meu marido, foi o primeiro contato que tivemos com a Obra. Tia Nadir Beato, como todos a chamavam, era uma das primeiras pessoas da Obra, em São Paulo. Aproximou-nos dos meios de formação e logo também pedimos também a admissão.

Tereza, autora deste relato, com a Tia Nadir, a primeira a "adotar" a companhia de Zeus

Além do apostolado na família, a Tia durante muitos anos viajou a uma cidade próxima – Conchal – para dar aulas de doutrina a umas amigas, que prezavam muito esses encontros.

Nos últimos anos a Tia morava numa casa vizinha e interligada com a nossa e convivíamos muito com ela, que era viúva e não teve filhos. Certo dia meu filho trouxe para casa um cachorro muito bonito da raça Samoieda a quem batizou de Zeus. Grande, branco e afetuoso, ele passou a ser a mascote da Tia.

Eles faziam muita companhia um ao outro. Titia, apesar das limitações da idade saía sempre com ele quando ia à cidade. Ele ficava silencioso perto dela enquanto rezava ou lia, deitado a seus pés. Foi uma época em que ela viveu mais feliz apesar das limitações e dores da idade. Há cerca de um ano a Tia faleceu, já idosa.

Em minha casa eu dou aulas sobre a fé católica para um grupo de mulheres jovens casadas e profissionais. Certo dia soubemos que uma médica comentou que tinha visto várias publicações sobre o benefício da presença de animais – inclusive de grande porte – em hospitais, principalmente para pacientes oncológicos ou de longa permanência... dizia que o efeito nos pacientes era muito positivo, melhorando muito o humor dos pacientes e às vezes a recuperação.

Já havia num hospital da cidade um cão que era levado para essa atividade, chamado Oto. Mas Oto foi levado para outra cidade. Pensamos então no nosso Zeus. Começamos a fazer essas visitas e tanto os pacientes adultos e mais velhos, como crianças disfrutam muito da companhia do animal, que além disso é muito bonito e manso.

Como somos muitas, nosso grupo se reveza para ir ao projeto sem causar muita confusão no Hospital. Conversamos com os mais velhos, fazemos rir as crianças e todos gostam da presença da nossa mascote. Nem preciso dizer que muitas vezes quem sai ganhando somos nós, pois comprovamos a alegria de fazer o bem, sem mencionar o que os doentes e familiares nos ensinam...

Estamos pensando em chamar nosso grupo de Visita do Olympo, já que o personagem principal é Zeus....