Novos sacerdotes no Ano da Eucaristia

Durante uma cerimônia realizada na Basílica de Santo Eugenio, em Roma, 42 fiéis do Opus Dei receberam a ordenação sacerdotal das mãos de D. Javier Echevarría. Os novos presbíteros provém da Argentina, Bélgica, Colômbia, Chile, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Guatemala, Itália, México, Nigéria e Uruguai.

© GENNARI/SICILIANI

D. Javier Echevarría: “Sede sacerdotes enamorados de Cristo"

“Como tantas vezes recordou o queridíssimo Papa João Paulo II, a Eucaristia e o sacerdócio nasceram juntos no Cenáculo de Jerusalém , na tarde de Quinta Feira Santa", afirmou o prelado do Opus Dei no inicio da homília. D. Javier Echevarría observou que Bento XVI quis sublinhar a “providencial coincidência" do começo do seu ministério petrino com o Ano da Eucaristia.

“Queridos ordenandos – disse o prelado – tende sempre presente que o dom e a tarefa de consagrar a Eucaristia, que hoje vos concede o Senhor, leva consigo uma responsabilidade muito grande. Alguma vez vos virá à mente o pensamento de que sois uns pobres homens, e é verdade, todos o somos. Mas não tenhais medo. Deus, que vos chamou, também vos oferece toda a sua ajuda para ser sacerdotes santos; quer dizer, sacerdotes enamorados de Cristo, dedicados à salvação das almas, plenamente disponíveis perante as necessidades do apostolado".

O prelado do Opus Dei animou os novos sacerdotes a seguir o exemplo de São Josemaria que gostava de se definir a si mesmo como 'um sacerdote de Jesus Cristo', e também como 'um pecador que ama Jesus Cristo com loucura'. “As duas coisas conciliam-se perfeitamente – sublinhou –porque a dignidade incomparável do sacerdote é, como ensinava o nosso fundador, uma grandeza emprestada, compatível com a minha insignificância".

A seguir, D. Javier explicou que o “sacerdote existe para a Eucaristia, na Igreja e ao serviço da Igreja". Por esta razão, “sem uma comunhão plena com o Romano Pontífice e com o ordinário próprio, o sacerdote não pode fazer um verdadeiro serviço eclesial".

A este propósito, o bispo relembrou a manifestação de comunhão que se verificou em Roma e em todo o mundo durante as semanas passadas: “A Igreja, em todas as suas componentes, reuniu-se primeiro em torno de João Paulo II, num adeus cheio de comoção que acompanhou a sua partida da terra, e logo em torno de Bento XVI. Naqueles dias, a Igreja mostrou-se mais viva do que nunca, sob o impulso do Espírito Santo". D. Javier Echevarría acrescentou: “É tarefa de todos, e em primeiro lugar dos sacerdotes, fazer que esta preciosa herança não só não se disperse, mas que se reforce no futuro. De uma comunhão compacta – afetiva e efetiva –dos católicos em torno do Vigário de Cristo, seguir-se-ão necessariamente grandes bens para a Igreja e para o mundo inteiro.

Finalmente, o prelado glosou a dimensão mariana do sacerdócio, fundada na realidade de que “Cristo Redentor, de quem os sacerdotes fazemos as vezes, não é uma abstração, mas uma Pessoa concreta: é o Filho eterno de Deus, nascido no tempo de uma mulher concreta, a Virgem Maria, cujo sangue leva nas veias".

Por esta razão “devemos ter para nós – a exemplo de S. João –aquela que uma vez nos foi entregue como Mãe". Como reafirmou João Paulo II, “Maria está presente com a Igreja, e como Mãe da Igreja, em todas as nossas celebrações eucarísticas". E assim como “Igreja e Eucaristia são um binômio inseparável, o mesmo se pode dizer do binômio Maria e Eucaristia". Para o prelado, “a especial relação do sacerdote com a Eucaristia leva consigo também uma relação especial do sacerdote com Maria".

Cerca de 3000 familiares e amigos acompanharam os novos presbíteros durante a cerimônia e aplaudiram com entusiasmo a procissão final. Entre os participantes na cerimônia encontrava-se o grupo de música pop “Second", porque o guitarrista da banda é irmão do recém ordenado e também guitarrista José Maria Guirao.

O prelado felicitou as famílias dos recém ordenados, e pediu-lhes que rezassem muito por eles: “agora necessitam mais do que nunca da vossa oração". Ao mesmo tempo

– acrescentou – “demos graças a Deus, que não deixa de suscitar ministros de Cristo, e supliquemos-Lhe que sejam mais abundantes ainda no mundo inteiro".

“D." Jorge e “father" Anthony, dois dos novos presbíteros

Um dos novos presbíteros é Jorge Llop, engenheiro basco de 46 anos, apaixonado por literatura russa e por esporte desde a juventude. D. Jorge chegou à ordenação sacerdotal depois de uma grave doença que começou a manifestar-se no verão de 1999 e que o obrigou a passar alguns meses no hospital: “Foi inesquecível que o prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, me escrevesse uma dezena de cartas durante a minha convalescença na clínica. Esteve sempre a par da evolução da minha doença".

Refletindo sobre esse período, explica: “todo os acontecimentos, também aqueles mais dolorosos, devem ser integrados no projeto que Deus tem para cada um. E, então, é mais fácil encontrar um sentido, que não é outro senão o que deu Jesus à Paixão. O mistério da Cruz do homem entende-se no mistério da Cruz".

Filho de pai anglicano e mãe católica, outro dos novos sacerdotes chama-se Anthony Babafemi Ogunsanya, nascido em Lagos (Nigéria) há 32 anos. “São Josemaria Escrivá, que teve um papel decisivo na minha vida, dizia que 90% da nossa vocação devemos aos nossos pais: o agradecimento aos pais deve ser muito elevado", explica agora “father" Anthony.

Entre os novos sacerdotes está o “web editor" de www.opusdei.org

Entre os novos sacerdotes também se encontra o mexicano Juan Carlos Ibarra, licenciado em Jornalismo, que desde 1998 até há poucos meses acumulou os estudos teológicos em Roma com o trabalho de editor desta página web. Conhecedor do meio, Juan Carlos dirige-se particularmente aos leitores de www.opusdei.org: “Os novos sacerdotes contamos com o apoio das vossas orações!"

Ao perguntar-lhe sobre os seu trabalho como “web editor", conta: “Foi uma experiência muito enriquecedora. A versatilidade da Internet pedia-nos criatividade para apresentar a mensagem do Opus Dei e muitas outras notícias sobre a Igreja. Tentamos de tudo e aprendemos com êxitos e fracassos. As mensagens que recebíamos dos que navegam pelo site animavam-nos muito. Em 2003 chegaram-nos 15.000 mensagens de mais de 70 países e com conteúdos muito diversificados: perguntas sobre a Igreja Católica e a Obra, testemunhos de fé, gente que queria ser do Opus Dei, narrativas de favores de São Josemaria, petições de orações: recordo a mensagem dum jovem de Pequim que pertencia à “Igreja Católica do Silêncio" na China e que pedia que rezássemos por ele para que soubesse ser fiel à sua fé católica e ao Papa".

De João Paulo II a Bento XVI

No passado 5 de Abril, Anthony Babafemi pode participar, como diácono, na cerimônia de trasladação do féretro de João Paulo II da Sala Clementina até à Basílica de S. Pedro “e ver o Papa muito de perto, acompanhá-lo, rezar de um modo muito singular no meio da multidão que enchia a Praça". Será – afirmou – “uma das recordações mais impressionantes que levarei de Roma".

“Os últimos dias de João Paulo II deram-me uma grande lição sobre o que significa ser sacerdote", acrescenta Juan Carlos. E continua: “Sinto também um compromisso especial para rezar por Bento XVI. Recordo que no dia da 'fumata bianca' encontrava-me com um amigo que não via há anos. Disse-me que nessas semanas tinha estado várias vezes na Praça de São Pedro e ver tanta gente rezando tinha ajudado a dar-se conta de que a 'Igreja estava viva'; e o desencanto pela fé se tinha transformado na esperança. Durante a homília Bento XVI na sua Missa de início de pontificado ficaram-me gravadas intensamente essas palavras: 'a vitalidade da Igreja'. Por isso sinto-me responsável por colaborar com o nosso novo Papa na transmissão desta vitalidade a todas as pessoas que encontre no caminho".

Dos 42 novos sacerdotes, 28 são europeus, 11 procedem do continente americano, 2 da Ásia e 1 da África. Com 27 anos, o catalão Pau Agulles, o guatemalteco António Porras e o colombiano Paulo Quintero são os mais novos, enquanto que o espanhol Fernando Aramburu, com 48 anos, é mais velho de todos. Os restantes sacerdotes são: Enrique Arce, Juan Marcos Arroyo, Enric Bonet, José Gabiel Buzzo, Enrique Cadelo, Juan Casas, Enrique del Castillo, Javier del Castillo, Jesús Conceglieri, Massimo del Pozzo, Eduardo Díez-Caballero, Juan Eres, Emmanuel Tiambeng Esquerra, Alejandro Espinós, José Fernández, Sergio Fumagalli, José María Guirao, Joan Miquel Guixà, Ignacio Izco, Pierre Raimond Jourdan, Javier Marín, José Francisco Nolla, Juan Carlos Ossandon, José Manuel Padilla, Cristobal Peña, Antonio Porras, Felipe Quintana, Marcelo Rojo, Giorgio Romani, Javier Sánchez, Teodorico Andan Santiago, Joaquín Sedano, Stéphane Seminckx, Javier Veja, Diego Zalbidea e Nicolás Zelaya.