Mensagem do Prelado (Natal 2023)

O prelado do Opus Dei nos convida a viver o Natal acompanhando as pessoas que sofrem por causa das guerras e da pobreza.

Queridíssimos: que Jesus guarde as minhas filhas e os meus filhos!

Durante as festas de Natal, é lógico que continuemos tendo muito presentes os conflitos que abalam a terra de Jesus e o resto do mundo. O fato de saber que somos filhos de um mesmo Pai nos leva a considerar o que acontece em todos os lugares como algo muito próximo, muito nosso “Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele” (1 Cor 12, 26-27). Procuremos ser generosos em oração e sacrifício, sabendo que “O menor dos nossos atos praticado na caridade irradia em benefício de todos” (Catecismo da Igreja Católica, n. 953). Ao mesmo tempo, peçamos ao Senhor a sua graça para que essa preocupação pela paz no mundo nos leve também a formular propósitos concretos, a fazer o que está a nosso alcance para levar a paz aos nossos próprios ambientes de família, de trabalho etc.

“Paz, verdade, unidade, justiça. Que difícil parece às vezes a tarefa de transpor as barreiras que impedem a convivência humana! E, não obstante, nós, cristãos, somos chamados a realizar esse grande milagre da fraternidade” (É Cristo que passa, n. 157). A contemplação do Nascimento de Jesus pode ser uma ocasião especial para tirar os obstáculos que nos separam dos outros e concentrar a nossa atenção no que nos une. Não deixemos que as diferenças tenham a última palavra em nossas relações pessoais. Ao dirigir nosso olhar ao Presépio, a esse Menino que nasce por todos e para todos, podemos encontrar a força necessária para perdoar, para pedir perdão, para compreender e amar

O presépio de Belém também nos fala de pobreza. Jesus nasceu com poucas coisas, mas com muito amor: o de Maria, José e os pastores. Como o Papa Francisco destaca, “todos eram pobres, unidos pelo afeto e a maravilha, não por riquezas e grandes possibilidades. E assim a pobre manjedoura faz emergir as verdadeiras riquezas da vida: não o dinheiro nem o poder, mas as relações e as pessoas” (Homilia, 24/12/2022). Cristo nos mostra que o melhor presente que podemos dar nesses dias não é algo material, e sim oração e carinho. Procuremos estender esse afeto às pessoas mais necessitadas, com proximidade humana e acompanhando cada ajuda concreta com uma petição a Deus. Assim, ainda que não possamos solucionar a pobreza material, mais pessoas experimentarão a riqueza de se sentirem amadas.

A Virgem Maria, que soube acolher com serenidade e amor todos os momentos da vida de seu Filho, vai nos ajudar a encontrar a paz e a alegria que provêm de deixar que Jesus nasça também em nossos corações.

Com as minhas felicitações e a minha bênção mais carinhosa

Fernando Ocáriz

Roma, 15 de dezembro de 2023