Introdução

São Josemaria costumava considerar cinco aspectos da formação que o Opus Dei oferece: o humano, o espiritual, o doutrinal-religioso, o apostólico e o profissional. Todos visam a mesma coisa: ajudar-nos a encontrar Cristo na vida diária, a imitá-lo e a torná-lo presente em nosso ambiente, sendo “sal e luz para os outros”, pois “essa é a santidade de todos os dias”[1]. Jesus é a “luz do mundo” (Jo 8,12), mas ele mesmo nos transmite sua missão – “vós sois a luz do mundo”, “vós sois o sal da terra” – e anima-nos a não perder o nosso sabor nem nos escondermos, para que através das boas obras os outros possam reconhecer a Deus (cfr. Mt 5,13-16).

No âmbito do trabalho, “se tens de ser sal e luz, necessitas de ciência, de idoneidade” afirma São Josemaria[2]. Além da formação ou da aprendizagem, que capacitam para o exercício de uma profissão ou de um ofício, em que consiste esta idoneidade, do ponto de vista cristão? Qual é o significado específico da formação profissional que o Opus Dei pode oferecer?

Esta série analisa o impacto da formação na santificação do trabalho. Para nos identificarmos com Cristo no exercício profissional, é necessário alimentar a dimensão espiritual pessoal, aprofundar intelectualmente na própria atividade, adquirir capacitação para fazer o bem, crescer em amizade e em competência. Procuramos adquirir e melhorar nossas competências e habilidades como oportunidade para servir melhor, não como busca do êxito pessoal.

Em um sentido mais amplo, mediante nosso trabalho e as relações estabelecidas através dele, contribuímos como cidadãos para constituir uma sociedade – e uma história – que esteja de acordo com a dignidade da pessoa e com sua busca de sentido.

No percurso da vida, por último, a formação ajuda a manter o foco na meta sobrenatural, a integrar os diversos aspectos da vida sem que o eixo profissional seja o único e a estar abertos a mudar o rumo se estiver em jogo um bem maior.

[1] Francisco, Homilia em Santa Marta, 12 de junho de 2018.

[2] Caminho, 340.