Deus não é indiferente ao sofrimento humano

Na catequese de hoje, seguindo o ciclo de audiências sobre a misericórdia, o Papa Francisco comentou o trecho bíblico do Êxodo (2,23-25), em que Deus ouve o gemido dos filhos de Israel e faz a aliança.

Como ouvimos no texto da Sagrada Escritura lido ao início, Deus escutou os gemidos dos filhos de Israel na servidão. Na sua misericórdia, atende o grito de socorro; não desvia o olhar para não ver, não é indiferente ao sofrimento humano. O Senhor intervém para salvar, suscitando homens capazes de ouvir o gemido do sofrimento e agir em favor dos oprimidos. Como mediador de libertação para o seu povo, envia Moisés, que vai ter com o Faraó para o convencer a deixar partir Israel e depois guia-o no caminho para a liberdade. Moisés, quando era menino, fora salvo das águas do rio Nilo pela misericórdia divina; e agora é feito mediador daquela mesma misericórdia a favor do seu povo, permitindo-lhe nascer para a liberdade salvo das águas do Mar Vermelho. É que a misericórdia de Deus atua sempre para salvar.

Através do seu servo Moisés, o Senhor guia Israel no deserto como se fosse um filho, educa-o na fé e faz aliança com ele criando um vínculo fortíssimo de amor, uma relação semelhante à que existe entre pai e filho e entre marido e esposa. É uma relação particular, exclusiva, privilegiada de amor, fazendo dos israelitas «um reino de sacerdotes e uma nação santa». Vede a que ponto chega a misericórdia divina! Pois bem, é isto mesmo que nós próprios nos tornamos para Deus, deixando-nos salvar por Ele e acolhendo a sua aliança. A misericórdia divina torna o homem precioso, como um tesouro pessoal que pertence ao Senhor, que Ele guarda e no qual Se compraz. Tornamo-nos jóias preciosas nas mãos do Pai bom e misericordioso.