Papa Francisco explica como ter paciência com os defeitos do próximo

O Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira falou de uma obra de misericórdia que todos conhecem, mas que dificilmente se coloca em prática: sofrer com paciência as fraquezas do próximo.

“Com grande facilidade, sabemos reconhecer a presença de pessoas que podem nos incomodar. Logo pensamos: por quanto tempo deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.

Na Bíblia, Deus nos ensina a ser pacientes e misericordiosos, como Ele mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava contra Ele durante o Êxodo, ou como Jesus que, com muita paciência, procurava fazer os Apóstolos enxergar aquilo que era o essencial na sua missão, quando eram tentados pelo poder e pela inveja.

Exame de consciência

É fácil falar dos defeitos dos outros, disse o Papa, mas nós fazemos um exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?

Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia: ensinar os ignorantes e corrigir os que erram. “Penso por exemplo nos catequistas – entre os quais muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo!”

Acompanhar na busca do essencial é belo e importante, disse o Papa, porque nos faz compartilhar a alegria de saborear o sentido da vida. Diante de pessoas que buscam satisfações imediatas e efêmeras, é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar.

Evitar as tentações da inveja, ambição e adulação

Para Francisco, ensinar a descobrir o que o Senhor quer de nós e como podemos corresponder significa colocar-se no caminho para crescer na própria vocação e evitar de cair na inveja, na ambição e na adulação – tentações sempre à espreita inclusive entre os cristãos.

Todavia – advertiu o Pontífice –, aconselhar, admoestar e ensinar não nos devem fazer sentir superiores aos outros, mas nos obriga a olhar para nós mesmos para verificar se somos coerentes com aquilo que pedimos aos outros.

“Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, concluiu o Papa: ‘Por que olha para o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no seu? Que o Espírito Santo nos ajude a ser pacientes em suportar e humildes e simples ao aconselhar.”

Infância e Adolescência

Depois de sua catequese, o Pontífice recordou que no próximo domingo, 20 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos direitos da infância e da adolescência.

“Faço um apelo à consciência de todos, instituições e famílias, para que as crianças sejam sempre protegidas e o seu bem-estar, tutelado, para que jamais caiam em formas de escravidão, recrutamento em grupos armados e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa proteger suas vidas, garantindo a cada menino e menina o direito à escola e à educação, para que seu crescimento seja sereno e olhem com confiança para o futuro.”

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