Padre, sou hebreu…

Roberto Ackerman, Venezuela

“Assistiu a um dos encontros multitudinários que, em Fevereiro de 1975, Josemaria Escrivá teve na Venezuela. Trinta anos depois recorda: “Um amigo da Obra convidou-me para ir conhecer o ‘Padre’ [São Josemaria]. Eu tinha uma curiosidade sã de o conhecer; agora trago uma estampa do fundador do Opus Dei comigo, e de vez em quando falo com ele. Não lhe rezo, porque não pratico a mesma religião, mas penso que ele deve estar no mesmo Céu com o Pai Deus”.

Eu queria saber qual era a sua posição em relação aos judeus, e comecei a dizer-lhe:

-Padre, eu sou hebreu…

Imediatamente me deu a resposta:

-Hebreu! Eu amo muito os hebreus, porque amo muito, com loucura, Jesus Cristo, que é hebreu. Não digo que era, senão que é… Jesus Cristo continua a viver, e é hebreu como tu. E o segundo amor da minha vida é uma hebreia, Maria Santíssima, Mãe de Jesus Cristo. De modo que te olho com carinho: continua!

O Fundador referiu o amor que sentia pelos judeus, por Maria, por Jesus, que eram judeus. Foi uma forma de se exprimir totalmente aberta.

Eu nunca imaginei que me iria dar uma resposta deste tipo. Exprimiu o seu sentimento perante o judaísmo como um amor puro, recordando o que tinham em comum as duas religiões, porque as duas religiões têm uma base comum.

Recordo-o vivamente, como se fosse hoje. Deixou-me uma experiência muito forte. Depois pediu-me que lhe perdoasse, porque não me tinha deixado fazer a pergunta. E eu disse:

-Julgo que a pergunta já está respondida, Padre!”.