O amor de Josemaria Escrivá pela Eucaristia

Josemaria Escivá, com as palavras que deixou escritas e com seu exemplo, continua a ensinar sobre os diversos aspectos da vida espiritual, e, como não podia deixar de ser, sobre o amor à Eucaristia.

O sacrário da Santa Capela do Pilar (em Saragoça, Espanha) e o da igreja do Seminário de São Carlos são testemunhas de tantas horas que aquele que foi seminarista, e depois sacerdote — Josemaria Escrivá —, passou rezando, contemplando a Jesus Sacramentado, dizendo-lhe coisas doces e enamoradas. Recordando o ponto número 537 de Caminho, é possível entender porque ia tantas vezes a esse lugar: "Quando te aproximares do Sacrário, pensa que Ele!... faz vinte séculos que te espera".

Como era sua oração? O que ele dizia a Jesus na Eucaristia? É muito difícil resumir em uma página tantos detalhes de amor e tantos momentos de oração durante dezenas de anos, mas através de alguns detalhes podemos intuir como era. Em Caminho, em Sulco e em Forja fala em algumas ocasiões em terceira pessoa, mas era a sua oração pessoal, a oração que nos pode ser útil hoje. Recolho alguns aspectos.

Falando da comunhão sacramental, aconselhava: "Quando O receberes, diz-Lhe: Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas" (Forja, 832).

"Quando contemplardes a Sagrada Hóstia exposta no ostensório sobre o altar, vede que amor, que ternura a de Cristo. Eu o compreendo pelo amor que vos tenho; se pudesse estar longe trabalhando, e ao mesmo tempo junto de cada um de vós, com que gosto o faria! Cristo, porém, pode! E Ele, que nos ama com um amor infinitamente superior ao que possam albergar todos os corações da terra, ficou para que pudéssemos unir-nos sempre à sua Humanidade Santíssima, e para nos ajudar, para nos consolar, para nos fortalecer, para que sejamos fiéis" (Forja, 838).

Relata D. Álvaro del Portillo que o Bem-aventurado Josemaria, "quando se mudou para Saragoça em 1920, passou certa vez por um bar chamado Gambrinus e viu que estava lá dentro um famoso toureiro. Alguns meninos se aproximaram daquele personagem popular e um deles exclamou exultante: ‘Toquei-o!’ Aquela cena impressionou o Padre, que a evocou com frequência para nos exortar a refletir sobre o fato de que cada dia tocamos Jesus na Eucaristia" (A. del Portillo, Entrevista sobre o Fundador do Opus Dei, Quadrante).

Faz-nos muito bem imitar estes homens de fé, como o Bem-aventurado Josemaria, que sabiam manifestar em detalhes simples sua profunda piedade. Desde a maneira de colocar umas flores, até o modo de fazer uma genuflexão. "Quando colocardes uma flor junto do Sacrário, dai-lhe um beijo e dizei ao Senhor que quereis que esse beijo se consuma, como se consumirá a flor, como se consome a lâmpada do Sacrário enquanto indica com a sua luz que ali está Deus " (Ibidem).

Monsenhor Javier Echevarría recolhe em um livro que o Fundador do Opus Dei, referindo-se ao costume que tinha de visitar o Senhor, o aconselhou: "Quando puderes, dá uma escapada para fazer companhia a Jesus Sacramentado, nem que seja por uns segundos, e diz-lhe — com toda a alma — que o amas, que queres amá-lo mais, e que o amas por todas as pessoas da terra, mesmo por aqueles que dizem que não o amam".

Outra vez, falando com alguns que moravam com ele, indicou-lhe: "Não o deixemos nunca só nessa prisão voluntária do Sacrário, prisão de amor, onde quis ficar oculto na Hóstia, inerme, por ti e por mim".

E em 1962 confiava-lhes: "há muitíssimo tempo que, enquanto faço a genuflexão diante do Sacrário, depois de adorar o Senhor Sacramentado, também dou graças aos Anjos, porque fazem continuamente a corte a Deus. Fazer a corte: daí procede a palavra cortejar, que é acompanhar com amor a pessoa por quem se está apaixonado" (J. Echevarría, Recordações sobre Mons. Escrivá. Quadrante).

São detalhes pequenos? São pequenos enquanto exigem pouco tempo, mas denotam um amor fora do comum. O amor é criativo, não se esquece do amado e, ao mesmo tempo, não se cansa de repetir uma e outra vez o mesmo. Não são coisas extraordinárias, chamativas; mas um dia e outro, um ano e outro, sem deixar de cumprimentar o Senhor quando ia pela estrada e via a torre de uma igreja, e tantos e tantos outros detalhes, explicam a força de suas palavras e o impulso de seu exemplo. Daí tirava sua força. E é porque, o que aconselhava aos outros, procurava vivê-lo antes. Termino com um conselho seu:

"Sê alma de Eucaristia! Se o centro dos teus pensamentos e esperanças estiver no Sacrário, filho, que abundantes os frutos de santidade e de apostolado!"(Forja, 835).

Jesús Martínez

Jueves Eucarísticos