Quando soube da notícia de que o Santo Padre havia convocado este ano sacerdotal por ocasião do 150o aniversário da morte do santo Cura de Ars me enchi de uma imensa alegria e me veio à cabeça, entre outras coisas, uma lembrança de algo que sempre me comoveu muito.
Quando fiz algumas viagens à America Latina, escutei, em diversos países, que depois das orações feitas em desagravo pelas ofensas contra o Santíssimo Sacramento, contra o Senhor, contra Nossa Senhora, acrescentavam uma tríplice petição, seguidas por uma forte resposta do povo: “Senhor, dai-nos sacerdotes santos!” Diziam três vezes, claramente convencidos, e que se notava pela maneira de falar, de pronunciar essas palavras.
É o que precisamos, é o que a Igreja precisa, o que precisará sempre: sacerdotes santos. Por isso, eu penso que o Papa, aproveitando esta data redonda, convocou este ano sacerdotal. E nos pediu a todos os sacerdotes que ponhamos o máximo empenho em chegar à santidade sacerdotal. Que significa exercer o nosso ministério com esse desejo de louvar a Deus, de nos aproximarmos mais à sua intimidade, e de aproximar, com o nosso ministério, todas as almas com quem nos relacionamos.
Mas, ao mesmo tempo, que nos demos conta de que a vida sacerdotal não se limita aos momentos de uma atividade pastoral, de um trabalho, mas que engloba todo o nosso dia, da manhã até à noite e da noite à manhã, como costumava repetir um santo sacerdote, São Josemaria Escrivá de Balaguer.
O Papa nos disse que, para que haja uma eficácia real em tudo o que fizermos ao longo da nossa jornada, temos que ser homens que buscam a perfeição cristã, a santidade sacerdotal. É importante convencer-nos de que é desta santidade buscada, querida, amada, que depende a eficácia do trabalho que cada sacerdote realiza neste mundo.
Há sacerdotes muito santos, e estou certo que todos os sacerdotes têm essas mesmas fomes de santidade. Neste ano, notaremos não somente o afeto, a oração, que chegarão a todos os sacerdotes do mundo inteiro, mas nós mesmos rezaremos, mais convictos, pela santidade de todos os nossos irmãos sacerdotes.
Rezaremos também, como é lógico, pela santidade do Papa, pela santidade dos seus colaboradores, pela santidade dos Bispos, pela santidade de todos os que estão trabalhando no âmbito clerical.
É muito importante que todas as mulheres e todos os homens do mundo, rezem pelos seus sacerdotes, porque somos sacerdotes de todos. E que, o mesmo tempo, sintam o peso santo do seu sacerdócio real. Ou seja, acompanhar Cristo, cada um onde estiver, para incutir nas almas o desejo de encontrar a Deus, de dirigir-se à Trindade, de levá-la a todos os ambientes.
Penso que nós sacerdotes temos que ser muito agradecidos a Deus e homens alegres, cheios de otimismo, porque temos a responsabilidade mais soberana que uma pessoa pode receber na terra. Dirijo a todos os meus irmãos sacerdotes o desejo de que leiam as palavras do Papa, de que estejam muito perto do Papa, de que o acompanhem sempre em suas orações, e, concretamente, neste ano sacerdotal, convocados por esta ocasião, para que todos caminhemos diretos à santidade, buscando unicamente a glória de Deus e o trabalho de serviço a todas as almas, sem nunca nos procurarmos a nós mesmos.