Meio século ensinando surdos

"Durante meio século, mais de 400 alunos surdos conviveram com o marcante sorriso da professora Maria Layze". Reproduzimos abaixo notícia sobre o seu falecimento, publicada no jornal Folha de São Paulo.

Tratava a todos com gentileza - e com um tanto de amor de mãe - sem deixar de cobrar o aprendizado.
Dedicada, acompanhou as mudanças pelas quais passou a educação especial nestes últimos 50 anos.
Tornou-se mais moderna à medida que envelhecia, dizem colegas da Derdic, unidade mantida pela Fundação São Paulo e vinculada à PUC-SP, onde ela dava aulas. Era a mais antiga docente de lá.
Tinha gosto em organizar as apresentações de Natal e montar o presépio na instituição. Quando podia, levava algum sobrinho recém-nascido para ser o Menino Jesus.
Cinco décadas também foi o tempo dedicado à Opus Dei. Rezar o Terço e ir à Missa todos os dias eram outras formas que encontrava para praticar seu catolicismo.
Para a família, foi a agregadora dos Graziano. Solteira por opção, estava sempre preocupada com todos e, ao menor sinal de briga, lá estava ela colocando "panos quentes" na situação.
É lembrada por amigos e familiares pelo seu sorriso cativante. Nos anos 1970, o fundador da Opus Dei, são Josemaria Escrivá, disse-lhe logo que a conheceu: "Com esse sorriso, você não tem o direito de não sorrir".
Como não havia problema capaz de tirar sua alegria, não entristeceu nem mesmo durante o tratamento contra o câncer de pâncreas que enfrentou nos últimos anos. Morreu na quarta-feira (dia 12), aos 76 anos. Deixa irmãos e sobrinhos.
----------------
Notícia publicada no Jornal Folha de São Paulo (19 de março de 2014) de Andressa Taffarel.

Maria Layze Graziano nasceu em 1937 em Porongaba, interior do estado de São Paulo. Conheceu o Opus Dei em São Paulo, onde pediu a admissão como Adscrita em 1964. Nessa mesma época, começou a trabalhar na Derdic, dedicando-se à educação de deficientes auditivos até o final da sua vida.

Jornal Folha de São Paulo (19 de março de 2014) de Andressa Taffarel