João Paulo II

Karol Wojtyla nasceu em Wadovice (Cracóvia, Polônia) em 18 de maio de 1920 e faleceu em Roma, no dia 2 de abril de 2005, véspera Domingo da Divina Misericórdia, festa criada por ele mesmo no ano 2000.

Biografia breve

Filho de Karol Wojtyła, um militar aposentado e Emilia Kaczorowska, que mãe faleceu quando tinha 6 anos, de modo que foi educado pelo pai.

Em 1938 se inscreveu na faculdade de filosofia da Universidade Jagelônica e se mudou para Cracóvia. No Outono de 1940, durante a Segunda guerra mundial, trabalhou como operário nas minas de calcário e depois numa fábrica química. Recordava esta experiência com agradecimento a Deus: "para mim, foi uma graça especial do Senhor ter podido ser operário, trabalhador manual durante os anos da guerra. Conheci a vida, conheci o homem e daquela experiência comum com os outros operários de profissão — enquanto a minha era uma situação particular — aprendi a ter uma atitude particular diante destas pessoas, diante do mundo do trabalho, a considerá-lo realidade composta exatamente por pessoas. Conheci a realidade da vida deles, a humanidade profunda desta vida (...). Aprendi a profunda humanidade desta vida simples, dura e difícil, e, abandonando a fábrica para seguir a minha vocação, levei comigo para toda a vida essa experiência (...). Muitos operários tornaram-se meus amigos. Ter eu tomado outro caminho, foi para eles em parte surpresa, mas em parte também o previam. Esta experiência ficou na minha memória como os meus companheiros de trabalho, operários daquela fábrica perto de Cracóvia, onde trabalhei". (Visita pastoral a Terni, 1981)

A vocação

Em Outubro de 1942 entrou no seminário clandestino de Cracóvia e em 1º de Novembro de 1946 foi ordenado sacerdote. Foi enviado a Roma para fazer o doutorado em teologia, durante 2 anos. E depois voltou a seu país natal, onde se dedicou a dar aulas de ética na universidade de Lublin e atividades pastorais, principalmente com jovens e universitários.

Em de Julho de 1958, Pio XII nomeou-o bispo auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal no dia 28 de Setembro seguinte. Seu lema episcopal, “Totus tuus”, se inspira num texto de são Luís Maria Grignion de Montfort.

Participou de todas as sessões do concílio Vaticano II, primeiro como bispo auxiliar e depois, a partir de 13 de Janeiro de 1964, como arcebispo de Cracóvia. Paulo VI o criou cardeal em 26 de Junho de 1967.

Papa João Paulo II

Na tarde de 16 de Outubro de 1978, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa. Primeiro Pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio, desde Adriano VI (1522-1523).

O papa João Paulo II conquistou rapidamente os corações de católicos e não católicos, com suas primeiras palavras na Praça de São Pedro “os eminentíssimos cardeais chamaram um novo bispo de Roma. Chamaram-no de um país distante… distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas o fiz com espírito de obediência a nosso senhor e com a confiança total na sua mãe, a Virgem santíssima. Não sei se posso expressar-me bem na vossa… na nossa língua italiana. Se eu cometer um erro, por favor corrijam-me”. Dias depois, pronunciou as palavras que marcaram a história: «Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!»

Empreendeu uma atividade intensíssima, ritmada sobretudo pelo multiplicar-se das visitas e das viagens: no total foram 104 internacionais e 146 na Itália, com 129 países visitados nos cinco continentes.

Desde o início trabalhou para dar voz à chamada Igreja do silêncio. A insistência sobre os temas dos direitos do homem e da liberdade religiosa tornou-se assim uma constante do seu magistério. Tanto que hoje é largamente reconhecido o contributo relevante da sua ação para as vicissitudes que determinaram a queda do muro de Berlim em 1989 e o sucessivo colapso dos regimes filo-soviéticos. Neste contexto provavelmente insere-se o gravíssimo episódio do atentado do qual foi vítima a 13 de Maio de 1981 por obra do turco Ali Agca.

Em 1983 promulgou o novo Codex iuris canonici e depois providenciou à reforma da Cúria romana com a constituição apostólica Pastor bonus de 1988. Favoreceu também a dimensão da colegialidade episcopal no governo da Igreja, sobretudo através da convocação de quinze sínodos dos bispos.

No seu Testamento, João Paulo II escreveu: «Quando, no dia 16 de Outubro de 1978, o conclave dos cardeais escolheu João Paulo II, o Card. Stefan Wyszyński, Primaz da Polônia, disse-me: “A missão do novo Papa será a de introduzir a Igreja no Terceiro Milênio”». A celebração do grande jubileu do ano 2000 assumiu um significado altamente simbólico no âmbito da sua missão pastoral e teve uma forte importância penitencial, que se expressou de modo emblemático no dia do perdão (12 de Março).

O encerramento do jubileu abriu a fase conclusiva do pontificado, marcada pelo progressivo agravamento das condições de saúde do Papa, que depois de uma longa e angustiante agonia morreu na noite de 2 de Abril de 2005.

26 dias depois do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. E o mesmo Papa o proclamou beato a 1 de Maio de 2011. Em 27 de abril de 2014 foi canonizado pelo Papa Francisco.