A vinda do Espírito Santo

A Igreja celebra a festa de Pentecostes 50 dias após a Páscoa. Apresentamos alguns textos de São Josemaría sobre o Espírito Santo.

ATOS DOS APÓSTOLOS

Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua.

Atos dos Apóstolos 2, 1-6 TEXTOS DE SÃO JOSEMARÍA

O Senhor tinha dito: – Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito, outro Consolador, para que permaneça convosco eternamente (Jo 14, 16).

Reunidos os discípulos todos juntos num mesmo lugar, de repente sobreveio do céu um ruído como que de vento impetuoso, que invadiu toda a casa onde se encontravam. – Ao mesmo tempo, umas línguas de fogo se repartiram e pousaram sobre cada um deles (At 2, 1-3).

Cheios do Espírito Santo, os Apóstolos estavam como bêbados (At 2, 13).

E Pedro, rodeado pelos outros onze, levantou a voz e falou. – Ouvimo-lo pessoas de cem países. – Cada um o escuta na sua língua. – Tu e eu na nossa. – Fala-nos de Cristo Jesus e do Espírito Santo e do Pai.

Não o apedrejam nem o metem na cadeia; convertem-se e são batizados três mil dos que o ouviram.

Tu e eu, depois de ajudarmos os Apóstolos a administrar os batismos, louvamos a Deus Pai, por seu Filho Jesus, e nos sentimos também ébrios do Espírito Santo.

Santo Rosário, 3º mistério glorioso

Por isso a tradição cristã resumiu num só conceito a atitude que devemos adotar perante o Espírito Santo: docilidade. Temos que ser sensíveis àquilo que o Espírito divino promove à nossa volta e a nós mesmos: aos carismas que distribui, aos movimentos e instituições que suscita, aos efeitos e decisões que nos faz nascer no coração. O Espírito Santo realiza no mundo as obras de Deus: como diz o hino litúrgico, Ele é dador de graças, luz nos corações, hóspede da alma, descanso no trabalho, consolo no pranto. Sem a sua ajuda, nada há no homem que seja inocente e valioso, pois é Ele quem lava o que está manchado, cura o que está enfermo, aquece o que está frio, reconduz o extraviado e encaminha os homens até o porto da salvação e da felicidade eterna.

É Cristo que passa, 130

Vale a pena jogar a vida, entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus deposita em nós. Vale a pena, acima de tudo, decidir-se a tomar a sério a fé cristã. Quando recitamos o Credo, professamos crer em Deus Pai, Todo Poderoso; em seu Filho Jesus Cristo, que morreu e foi ressuscitado; no Espírito Santo, Senhor e fonte da vida. Confessamos que a Igreja una, santa, católica e apostólica, é o Corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo. Alegramo-nos ante a remissão dos pecados e a esperança da ressurreição futura. Mas essas verdades penetram até o fundo do coração, ou ficam talvez nos lábios? A mensagem divina de vitória, de alegria e de paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do modo de pensar, reagir e viver de todo o cristão.

É Cristo que passa, 129

A maravilha do Pentecostes é a consagração de todos os caminhos: nunca pode ser entendido como monopólio nem como estima por um só em detrimento de outros. O Pentecostes é indefinida variedade de línguas de métodos, de formas de encontro com Deus: não uniformidade violenta.

Sulco, 226

É o Espírito Santo quem, com suas inspirações, vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É Ele quem nos impele a aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la com profundidade; quem nos dá luz para tomarmos consciência da nossa vocação pessoal e força para realizarmos tudo o que Deus espera de nós. Se formos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando cada vez mais em nós e assim nos iremos aproximando cada dia mais de Deus Pai. Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Se nos deixarmos guiar por esse princípio de vida presente em nós, que é o Espírito Santo, a nossa vitalidade espiritual irá crescendo e abandonar-nos-emos nas mãos do nosso Pai-Deus com a mesma espontaneidade e confiança com que uma criança se lança nos braços de seu pai. Se não vos fizerdes semelhantes às crianças, não entrareis no reino dos céus, disse o Senhor. Velho caminho interior de infância, sempre atual, que não é mimalhice nem falta de maturidade humana: é maturidade sobrenatural, que nos leva a aprofundar nas maravilhas do amor divino, a reconhecer a nossa pequenez e a identificar plenamente a nossa vontade com a de Deus.

É Cristo que passa, 135