A conversão da minha irmã graças a São Josemaria

Maria José relata o processo de conversão de sua irmã pela intercessão de São Josemaria Escrivá. Sua mãe manifestou a sua preocupação por essa filha pessoalmente ao Fundador do Opus Dei, na ocasião em que visitou o Brasil em 1974.

Em 1974, quando São Josemaria Escrivá veio ao Brasil, minha mãe conversou com ele numa tertúlia para casais no Centro de Estudos Universitários do Sumaré. Contou-lhe que tinha filhos na Obra, mas manifestou preocupação por minha irmã. De fato, desde os 18 anos de idade, minha irmã deixara de ir à Missa e de receber os sacramentos. Em 1974, já estava com 26 anos. São Josemaria aconselhou-a a amar muito a filha e disse que rezaria pelo seu retorno a Deus.

No ano seguinte, minha mãe adoeceu gravemente. Passou vários anos na cama e faleceu em 1982. Durante este período, minha irmã não mediu esforços para cercá-la de cuidados. Não mostrou, porém, quaisquer sinais de conversão. Quando comprou um apartamento para morar com meus pais, não quis colocar nenhuma imagem religiosa.

Com o passar dos anos, sua repulsa à Igreja diminuiu. Comprou uma imagem da Virgem Maria para seu quarto e colocou um crucifixo no quarto do meu pai. Dei-lhe uma oração para a devoção privada ao fundador do Opus Dei. Ela lia de vez em quando. Amigos viram-na na igreja próxima ao prédio. Mas ela nunca comentou nada à família.

Em 1999, 25 anos após a vinda de São Josemaria ao Brasil, quis voltar à missa dominical. Confessou-se e passou a comungar semanalmente. Rezava o terço todos os dias e fazia outras orações.

No dia 19 de abril de 2002, foi internada devido a uma febre muito alta. Fez vários exames que não apontaram claramente a causa do seu mal-estar. No dia 22 de abril, a febre cedeu, mas os médicos decidiram que permaneceria ainda um ou dois dias no hospital. Pediu a Sagrada Eucaristia. Recebeu-a no dia 23 às 10 horas da manhã. Comungou com muita devoção. Depois, fez várias recomendações quanto aos seus bens e pediu que dissesse aos irmãos e tios que os amava muito. Ela intuía que estava próxima do fim. Telefonou ao nosso pai para dizer-lhe quanto lhe queria bem. Olhava e beijava muitas vezes o crucifixo e dizia que amava muito a Deus. Beijava também uma imagem da Virgem de Guadalupe e uma imagem do Fundador do Opus Dei que deixava sob o travesseiro. Na ocasião, disse-lhe que em breve voltaríamos para casa e eu a levaria à praia, pois ela gostava muito do mar.

Depois de uma leve refeição, sugeri-lhe que ficasse um pouco na poltrona. Um minuto depois, perdeu a consciência. A equipe médica começou a reanimação. Saí do quarto e dirigi-me à capela do hospital. O Santíssimo Sacramento estava exposto sobre o altar. Lembrei-me que era o dia da Primeira Comunhão do Fundador da Opus Dei e pedi-lhe que intercedesse ao Senhor pela minha irmã. Quando voltei ao quarto, informaram-me que ela havia falecido de um mal imprevisível e fatal.

Quando arrumei os pertences da minha irmã, encontrei várias imagens de São Josemaria, manifestação da sua silenciosa devoção nos últimos anos de vida.

Felizmente, seu exemplo de vida foi fecundo. Uma cunhada que não se confessava há muitos anos, decidiu fazê-lo poucos dias depois da sua morte. Uma amiga, nesta mesma semana, impressionada com suas disposições e seu amor a Cristo, deixou um relacionamento irregular, pois viu claramente que isto desagradava a Deus. Também nestas graças, vi a intercessão de São Josemaria.

Maria José Cavalieri é pesquisadora científica aposentada do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Maria José Cavalieri