A breve história de Sofia Varvaro

Sofia Varvaro (Palermo, 1941 – Roma, 1972) foi uma das primeiras italianas a pertencer ao Opus Dei. Para seguir a chamada de Deus, ela deixou atrás a sua cidade natal, Palermo. Em numerosas cartas a seus pais, deixou clara a beleza de uma vida baseada na fé.

Cultor de Livros acaba de publicar no Brasil “A breve história de Sofia Varvaro”. O livro mostra ao público brasileiro a figura de Sofia Varvaro (1941-1972), uma das primeiras jovens italianas a pedir a admissão no Opus Dei. Nestas páginas o leitor encontra algumas das cartas enviadas à sua mãe, seu pai, cunhada e sobrinhas. Seu irmão mais velho, Vittorio, selecionou as cartas e redige algumas notas que explicam as circunstâncias em que foram escritas. Através desta correspondência, Sofia conta um pouco da sua vida cotidiana, procurando fazer com que seus pais entendam melhor o seu caminho.

Na apresentação do livro, Vittorio comenta: Mas que importância pode ter a vida de uma jovem absolutamente normal, isto é, sem dotes particulares e sem feitos notáveis a serem contados? A importância do testemunho da vida de Sofia está exatamente nisto: ser um exemplo, talvez inconsciente, daquilo que São Josemaria sempre indicou como a característica essencial de um fiel do Opus Dei: uma pessoa normal que se esforça por fazer extraordinariamente bem as atividades ordinárias de cada dia; um simples pedreiro que, tijolo após tijolo, trabalhando em silêncio, ou talvez cantando, levanta, pouco a pouco, uma catedral para Deus.

Sofia Varvaro, de óculos, junto a São Josemaria.

A protagonista destas páginas experimentou diretamente a autenticidade no decorrer de uma breve, venturosa e intensa vida: breve, porque do seu nascimento — em 24 de janeiro de 1941 — até a sua morte — em 26 de dezembro de 1972 — não passaram mais que 32 anos; intensa, porque desde que entrou para o Opus Dei, não reservou nada da sua energia para buscar compreender a vontade de Deus, independentemente do esforço que isso custasse; venturosa, porque teve de enfrentar e desafiar uma dura oposição familiar devido às suas escolhas de vida, e também porque a vida é sempre uma aventura, mas o é muito mais quando é aventura de amor e de liberdade, como gostava de dizer São Josemaria.

Com serenidade, o autor apresenta as tensões familiares que apareceram como consequência da resposta de Sofia ao seu chamado divino ao Opus Dei, a sua perseverança em continuar procurando um diálogo com o seu pai, que, desde que deixou a casa familiar, não voltou a falar com ela; com a mesma sobriedade conta a sua reconciliação um mês anterior à morte de Sofia.

Vittorio esclarece que naturalmente Sofia não tinha um objetivo literário. Escreveu tantas cartas para deixar tranquila uma mãe que não se conformava com o fato de que uma filha sua tivesse adentrado um caminho bastante incomum. No mais, é preciso reconhecer que nos anos 1960, o Opus Dei, pelo menos na Itália, era muito pouco conhecido, de forma que ainda parecia algo misterioso, muitas vezes acompanhado de juízos – e prejuízos – caluniosos.

São cartas, portanto, que possuem o perfume das coisas genuínas, ao mesmo que são acompanhadas de uma profunda espiritualidade, de uma grande firmeza sobre as coisas irrenunciáveis e de uma delicada caridade nos confrontos familiares. Por isso eu acho que um testemunho como este — direto, simples e autêntico — pode ser um estímulo para muitos e não deve ser esquecido.

Pode adquirir o livro no site da editora